quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Textos, livros e leituras... semeando palavras





Olá amig@s,

Estou realmente feliz por encontrar a cada dia novas mensagens no meu edublog de EJA. Mensagens estas, que me encantam, emocionam, e de fato me impulsionam a continuar aprendendo, escrevendo e propagando idéias nas quias tanto acredito.
A cada dia estamos lendo, ouvindo, experienciando, o quanto nossa educação continua negligenciada e desprestigiada.Todos esses fatores muito nos toca, nos aflinge e também nos faz ficar mais indignados...

Vamos então fortalecer nossas ações educativas nos diversos espaços de aprendizagem e continuar lutando para que o profissional da educação seja valorizado, bem pago, respeitado e acima de tudo, privilegiado pela função tão primordial que realiza cotidianamente: educar mulheres e homens deste país, desta Bahia, reacendendo sonhos e esperanças, revitalizando vidas, conhecimentos, provcando tensões, deslocaments, fazendo-os lerem os fatos e as notícias criticamente.

Convidar cada um/a para que criticamente também possam perceber o poder da linguagem, da leitura , do livro, e continar semeando em terras inférteis, para transformar esta semeadura em ações produtivas, busando novas sementes, acreditando nos frutos futuros e descbrindo que leitores e leitoras têm sido formados e vão surgindo lentamente, como um ‘despertar’ de flores nos jardins humanos, como luzes na obscuridade da realidade perversa de exclusão dos bens e usufrutos culturais.

Temos muita sede. Sede de livros, de leitura, de bibliootecas públicas equipadas, de salas de leitura, revistas diversas, poemas, canções, sede de música, de cores, de artes, de cinema, enfim, sede de vida que pulsa, que dinamiza ações, que move e nos comove...
Daí, é que percebemos o quanto o autor Pablo Gentilli
[1] (2001), é provocativo ao afirmar que o duelo deste século é a esperança x o desencanto, duelo este, travado em todo o planeta e que funciona em todos os registros da ordem social. Mas é exatamente no seio deste poder que se gesta a nova sociedade, nos fluxos locais e globais que se intercambiam.

É claro que a crise global atinge a escola e nos convida a “educar na esperança em tempos de desencanto”, como afirma de forma tão procedente e lúcida o autor Pablo Gentilli, (2001) no título de um dos seus livros sobre a educação brasileira.
Ora, se a crise se instala na escola, traz tantas outras crises no seu bojo; entre elas, a que considero mais perversa e gritante: a crise da leitura e da escrita em todas as áreas do conhecimento.
É por isso que, devemos assumir que ensinar a ler e escrever é tarefa de todas as áreas, sendo, portanto, um compromisso da escola, do currículo e de todos os professores/as e demais segmentos que compõem a escola, o que se torna cada vez mais, um desafio a ser vencido em pleno século XXI, em que a circulação de informações e de acesso a ela tem sido extremamente ampla, mas não está ainda, garantindo a formação de leitores/a.

A primeira pergunta é: O que seria ler e escrever nas diferentes áreas do currículo escolar? Como articular um trabalho sistematizado, criterioso e continuando em todas as áreas do conhecimento? Como garantir que todos os professores/as assumam para si a responsabilidade de formar leitores/as? São sobre essas questões que convido cada colega cada aluno, cada leitor/a, a pensar nesta manhã ‘baianamente’ ensolarada e ‘politcamente tão maltratada’.

Este texto é um desabafo , uma reflexão, uma prova de amor ao livro, ao leitor, à biblioteca, à educação, uma provocação para cada um de nós, militantes da leitura, do livro e da biblioteca , fazedores de idéias, construtores de sonhos, de textos que queremos ver ricamente tecidos na conjuntura social: o grande texto coletivo da igualdade social, do empoderamento de mulheres e homens, de fartura nas mesas, de moradias decentes
Queremos visualizar agora, já um tempo em que negros, índios , velhos, encarcerados, homessexuais , possam se expressar e fazer valer o legado freirano: “dizerem a sua palavra e serem mais, cada vez mais..” Mais amados, mais respeitados nas suas histórias de vida e suas singularidades, nas suas diferenças e crenças .

Eu vos convido a tecerem comigo este texto coletivo em rede de solidariedade humana e escrevermos, portanto, novas narrativas, não mais as grandes metanarrativas , mas as narrativas gestadas por cada mulher, cada homem, cada índio, cada idoso, cada criança deste país, país este, que queremos ver com taxa ZERO de analfabetismo.

Salvador, 15.09.2009 (no dia do professor(a)....)
Esta é a minha homenagem a cada educador(a).

Profª Ana Lúcia Gomes da Silva
Notas:
[1] GENTILLI, Pablo e Chico Alencar Cf. para maior aprofundamento In: Educar na esperança em tempos de desencanto. São Paulo: Vozes, 2001.